Olá Galera! Amigos,conhecidos e futuros amigos!
Este Blog tem por finalidade estabelecer um contato com grandes amigos e pessoas importantes para mim. Nele Postarei um pouco de mim, do meu pensar, dos momentos que ficaram marcados em minha vida e também um pouco do que gosto,textos que acho interessante, paisagens! Encontrei aqui, neste espaço, uma maneira bem legal pra fazer isto e conto com ajuda de vocês para construí-lo. Um Grande Abraço a todos!

domingo, 4 de novembro de 2012









NOITE ESCURA (S. JOÃO DA CRUZ)






Em uma noite escura


De amor em vivas ânsias inflamada


Oh! Ditosa aventura!


Saí sem ser notada,


Estando já minha casa sossegada.



Na escuridão, segura,


Pela secreta escada, disfarçada,


Oh! Ditosa aventura!


Na escuridão, velada,


Estando já minha casa sossegada.



Em noite tão ditosa,


E num segredo em que ninguém me via,


Nem eu olhava coisa alguma,


Sem outra luz nem guia


Além da que no coração me ardia.



Essa luz me guiava,


Com mais clareza que a do meio-dia


Aonde me esperava


Quem eu bem conhecia,


Em lugar onde ninguém aparecia.



Oh! noite, que me guiaste,


Oh! noite, amável mais do que a alvorada


Oh! noite, que juntaste


Amado com amada,


Amada, já no amado transformada!



Em meu peito florido


Que, inteiro, para ele só guardava,


Quedou-se adormecido,


E eu, terna o regalava,


E dos cedros o leque o refrescava.



Da ameia a brisa amena,


Quando eu os seus cabelos afagava,


Com sua mão serena


Em meu colo soprava,


E meus sentidos todos transportava.



Esquecida, quedei-me,


O rosto reclinado sobre o Amado;


Tudo cessou. Deixei-me,


Largando meu cuidado,


Por entre as açucenas olvidado.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O ÊXTASE

Na escuridão de trevas e pensamentos confusos,
A alma que anseia o amado
Eterno e imutável
Abre-se de repente 
Mediante a luzidia presença
E se entrega mais que subitamente
Ao beijo do arcanjo.

Neste relacionamento
De humano e divino,
O divino e o humano se confundem.
Num circulo de luz e energia
Toda cena humana se eleva ao sobrenatural.
A aura atinge sua mais elevada vibração.
Luzes...Cores... Sons e perfumes...
Adornam e enaltecem a matéria humana.
Até os querubins vêm do céu
Ao céu que se formara na terra e invejam tal sorte da alma.

“Não deixe esta alma só!
Já é necessário ter-te
Para que ela já não sofra
E encontre em ti o sentido de sua existência!”
Pede a alma inebriada, orgástica...

Toda esta formosura
Não se enquadra
Em alguma estética mundana.
É o momento do cume da montanha!
A transfiguração do ser!
O Ser se mostrando!
O Inexplicável se explicando.
Qualquer sofrimento é ignorado.
As amarguras e as sombras mais recônditas,
Já não mais habitam
Este castelo só de luz e graça.

Toda intempérie
É dissipada pelo doce cheiro
De orquídeas, lírios e patchoulis
Emanados do mistério.

É realmente o humano sobre-humano!
O mistério e a mística!
O cosmos em festa!
Uma valsa de estrelas!
Deleite!

E o doce arcanjo a deixou...

“Me encontro só
Nas trevas claustrais,
Mais feliz e ansiosa
Pelo próximo encontro com o amado!”

(Thiago Felipe)




quinta-feira, 30 de agosto de 2012

NOITE




Despertam das pedras
Gárgulas noturnos guardiões.
Imersos em treva e terror,
Estalam dos mármores quentes pelo sol
Numa eclosão de melancolia, pranto e dor.
A doce nostalgia dos crepúsculos
Dá lugar a escuridão temida e misteriosa.
Os vícios e feitiços emanam-se por aí
Qual neblina tenebrosa da madrugada.
A magia dos bruxos faz das encruzilhadas
Caminhos da vida que em
Leques mil de possibilidades tortas e direitas
O bem ou mal se concretizem.
Na boemia vida eis os Malandros e meretrizes
Das tavernas e becos
Sujos de coito e urina.

No fechar de cortinas para o dia,
É que surge o espetáculo do submundo
Do proibido e pecaminoso.
Ratos, baratas e rapinas aves
Passeiam livremente
E fazem desta hora  momento de vantagem.
Enquanto isso em quatro paredes de concreto
Passa um seriado,algo para comer (beber!),
Um coração inquieto e cansado
Que se vê obrigado a obedecer a inércia do sono
E por hora recuar acelerado batimento.

O sono e a insônia
Mente cansada e conturbada.
As trevas da noite parecem revelar
O lado sombrio dos mortais
e sua dependência e segurança da luz.
Sublime manifestação da natureza
Onde umas coisas descansam
Enquanto a Lua surge cheia de mistérios e realeza.

Parece ser nesta hora,
Necessária toda companhia e consolo,
Para suportar a frustração do desmanche da carruagem
E ter alguém para partilhar a abobora recheada
De realidade, sombras, desencantamentos e medos.
Triste melancolia!

(Thiago Felipe)
                                               



domingo, 8 de julho de 2012

OLFATO E OUTROS SENTIDOS

Perfume...
Das cattleyas...jasmins...rosedás...dama da noite...do sacro-incenso.

Cheiro...

Do café torrado...do pão ao forno...do feijão à lenha...milho cozido...da terra úmida.

Aroma...
Dos maracujás...abacaxis...cravos e canelas...

No abrir de um dia

Uma explosão de sons, cores e cheiro
Vem com o Astro sol preludiar
A alegria de um dia inteiro.

Ao fim da tarde na varanda

O crepúsculo não dos deuses
Anuncia à noite
O baile de gala das divindades...

Um chá...um cobertor...um livro...

Um travesseiro... um anjo acima da cama.
Um sonho...pesadelo...suor...
Um copo d'agua.
Um cochilo....

Infernal e vital barulho eletronico despertante!

Um Outro dia.... Um café...

Cheiros...

Cores...
Sons...


(Thiago Felipe)



quinta-feira, 24 de maio de 2012

O HOMEM QUE CRIOU ASAS





            Era um homem, um homem comum, que um comum destino parecia controlar inteiramente. Um animal bem treinado. Um dia, sentiu um incômodo nos dois ombros, distensão muscular, má posição no trabalho… Foi piorando e resolveu olhar-se no espelho, de lado, inteiro e nu depois do banho: não havia dúvida, duas saliências oblíquas apareciam em sua pele abaixo dos ombros. Teve medo mas decidiu não comentar com ninguém, e como não transava freqüentemente com a mulher, conseguiu esconder tudo quase um mês.Fez como via fazer sua mulher: pegou de cima da pia um espelho redondo no qual ela ajeitava o cabelo, e passou a analisar todo dia aquele fenômeno que em vez de o assustar agora o intrigava. Curioso mas sem sofrer – pois não doía -, foi observando aquilo crescer.E pensava:Nem adianta ir ao médico, porque se for um tumor (ou dois) tão grande, não tem mais remédio, é melhor morrer inteiro do que cortado.Certa vez, quando se masturbava no banheiro, na hora do prazer sentiu que elas enfim se lançavam de suas costas, e viu-se enfeitado com elas, desdobradas como as asas de um cisne que apenas tivesse dormido e, acordando, se espojasse sobre as águas.Ficou ali, nu diante do espelho, estarrecido.Agora ele não era apenas um homem comum com contas a pagar, emprego a cumprir, família a sustentar, filhos a levar para o parque, horários a cumprir: era um homem com um encantamento.Eram umas asas muito práticas aquelas, porque desde que usasse camisa um pouco larga acomodavam-se maravilhosamente debaixo das roupas. Em certas noites, quando todos dormiam, ela saía para o terraço, tirava a roupa e varava os ares…Sua mulher notou alguma coisa diferente no corpo do seu marido. Estava ficando curvado, tantas horas na mesa de trabalho. Nada mais que isso. Embora a mãe lhe tivesse dito que “com homem é sempre melhor confiar desconfiando”, daquele seu homem pacato ela jamais imaginaria nada muito singular.- Você vai acabar corcunda desse jeito, aprume-se – ela dizia no seu tom de desaprovação conjugal.As coisa se complicaram quando, já habituado à sua nova condição, o homem-anjo olhou em torno e, sendo ainda apenas um homem com asas, sentiu-se muito só. E começou a pensar nisso. E olhou em torno e se apaixonou.Na primeira noite com sua amante, esqueceu o problema, tirou a roupa toda, e quando ela começava a apalpar-lhes as costas o par de asas se abriu, arqueou-se unindo as pontas bem no alto por cima dele, na hora do supremo prazer.Mas essa mulher/amante não se assustou, não se afastou.Apertou-se mais a ele, e dizia: vem comigo, vem comigo, vem comigo.E abriu suas asas também.

LYA LUFT In: Histórias do Tempo





EU TAMBÉM APRENDI !!!


Em meio a tantos poemas e escritos começados com a gente aprende, eu aprendi...
Também resolvi fazer um.
Estou de acordo que a vida, o tempo, as pessoas... são excelentes mestres.
Então vamos lá...

Aprendi que a aparência amiga, risonha e até boa das pessoas poucamente será coerente. Vão nos trair, falar mal de nós, nos entristecer, magoar... a menos que você já esteja precavido!
Aprendi a guardar segredos... os meus...os dos outros... Pois este é o primeiro passo para se tornar confiável e receber o mesmo dos amigos.
Aprendi que pessoas para desanimar vem aos montes e que eu não deva ser surdo somente àquela que mesmo vendo o impossível me diz: “Coragem, acredite! Você pode!”
Aprendi que sentirei falta do trivial, do enfadado, do comum... quando seja lá o que for isto me for tirado ou me encontrar em privação disto.
Aprendi que sempre terá um F. da mãe pra sacanear tudo.
Que amigos são poucos...
Que família é coisa preciosa e jóia cara...
Que por mais que você não concorde, cada cabeça é uma sentença, cada caso é um caso, cada um tem sua vida... ninguém é igual a você e é preciso compreender isto.
Realmente a vida, as pessoas ensinam...
Que existirá momentos que você só contará consigo mesmo e Deus.
Que o tempo dirá o “por quê” das coisas.
Que o que não entendemos pode ser o fundamento de tudo.
Que o que achamos ter dado “errado” pode ser o começo da nossa vida feliz.
Que o ser humano no fundo, no fundo é egoísta (E isso dói).
Que os ciúmes da pessoa amada nem sempre podem corresponder com o desejo de posse dela.
Que todo mundo se trai ou se corrompe em algum momento de sua vida. Devo entender que isso é limitação do humano...
Aprendi que ninguém pode ser feliz sozinho...
Que o paraíso pode estar aqui do lado...
Que o inferno pode ser uma cabeça cheia de confusão...
Aprendi que as comparações de fato são todas odiosas...
Que a arte é uma das melhores coisas existentes na vida...
Que a natureza é generosa, mais exige cuidados...
Que os homens apesar de tudo que o macula são ótimos companheiros em potencial...
Aprendi que para viver mais e intensamente precisamos ter uma causa ou alguém pra se dedicar...
Aprendi e aprendo a cada dia, que o homem, o mundo é pura complexidade. Que o “sei que nada sei” é puro aprendizado. Que por mais que seja duro VALE A PENA VIVER!