Na escuridão de trevas e pensamentos confusos,
A alma que anseia o
amado
Eterno e imutável
Abre-se de
repente
Mediante a luzidia
presença
E se entrega mais que
subitamente
Ao beijo do arcanjo.
Neste relacionamento
De humano e divino,
O divino e o humano se
confundem.
Num circulo de luz e
energia
Toda cena humana se
eleva ao sobrenatural.
A aura atinge sua mais
elevada vibração.
Luzes...Cores... Sons
e perfumes...
Adornam e enaltecem a
matéria humana.
Até os querubins vêm
do céu
Ao céu que se formara
na terra e invejam tal sorte da alma.
“Não
deixe esta alma só!
Já é
necessário ter-te
Para
que ela já não sofra
E
encontre em ti o sentido de sua existência!”
Pede a alma inebriada,
orgástica...
Toda esta formosura
Não se enquadra
Em alguma estética
mundana.
É o momento do cume da
montanha!
A transfiguração do
ser!
O Ser se mostrando!
O Inexplicável se
explicando.
Qualquer sofrimento é
ignorado.
As amarguras e as
sombras mais recônditas,
Já não mais habitam
Este castelo só de luz
e graça.
Toda intempérie
É dissipada pelo doce
cheiro
De orquídeas, lírios e
patchoulis
Emanados do mistério.
É realmente o humano
sobre-humano!
O mistério e a
mística!
O cosmos em festa!
Uma valsa de estrelas!
Deleite!
E o
doce arcanjo a deixou...
“Me
encontro só
Nas
trevas claustrais,
Mais
feliz e ansiosa
Pelo
próximo encontro com o amado!”
(Thiago Felipe)