Olá Galera! Amigos,conhecidos e futuros amigos!
Este Blog tem por finalidade estabelecer um contato com grandes amigos e pessoas importantes para mim. Nele Postarei um pouco de mim, do meu pensar, dos momentos que ficaram marcados em minha vida e também um pouco do que gosto,textos que acho interessante, paisagens! Encontrei aqui, neste espaço, uma maneira bem legal pra fazer isto e conto com ajuda de vocês para construí-lo. Um Grande Abraço a todos!

sábado, 21 de março de 2015

A SEMANA DAS DORES E AS DORES DA SEMANA

"O vos omnes qui transitis per viam, attendite et videte: 
Si est dolor similis sicut dolor meus."
 



Prosseguindo ainda no tempo cristão da quaresma adentramos na semana das dores onde se rememora a dores sentidas pela Virgem Maria relacionando-as com acontecimentos da historia salvífica do Filho Dela. As dores de Maria atestam no entanto a humanidade e sentimento de uma mãe que também goza de alegrias em vida e gozará ainda no pós-vida. As sete dores sentidas, começam com a profecia do velho Simeão em que uma espada de dor lhe transpassará a alma. É como se Maria sentisse aqui uma profunda angustia existencial... que lhe gera dor.



Em seguida lhe é de muito sofrer a fuga para o Egito. Deixar sua pátria e se adentrar numa outra cultura é algo que provoca muito sofrer. Somente quem já passou por isso saberá entender esta dor de Nossa Senhora. Os escravos africanos saindo de sua terra natal para o Brasil chegavam a morrer de "banzo" , ou seja, saudades atrelada a um sentimento de estranhamento da realidade que gerava uma não adaptação nestas terras estrangeiras. Quem vive no exterior por mais que "tenha se dado bem na vida" chora internamente por  estar longe do lugar onde seu umbigo foi enterrado.



A terceira dor de Maria se deu com a perda do menino no templo. Quem tem criança, filho ou alguém que ama muito, sabe que não existe coisa que mais angustia do que a falta de saber como estão estes que por um momento, dias ou anos se perdem longe de nós. Maria experienciou isso por pouco tempo, mas com profunda angústia e dor. Imaginem a mãe que "perdeu" o filho durante as ditaduras como a do Brasil e da Argentina. Não sabem com certeza se morreram ou não fazem a mínima ideia de onde estes estão. Algumas se consolam assentindo a morte do ente querido. Outras nutrem uma angústia mista com indignação e esperança que maltrata perpetuamente seu coração. No seio da America Latina existem várias mães latinas que ainda hoje clamam por seus filhos perdidos. Em todo o continente existe a voz de uma mãe que ainda não foi atendida. Uma voz de dor, às vezes rouca. Mas incessante.



A quarta dor é o encontro com Jesus no caminho do calvário. A mãe que encontra seu filho em situação de dor. As mais diversas marias sofrem por encontrar seus filhos em situação de dor. Mães que encontram filhos na cadeia, mães que encontram filhos em escolas precárias, sem saúde, no tráfico e em qualquer outra situação em que a vida do filho é posta próxima à situação de morte ou dor. Mãe não quer ver filho sofrer e sofre por vê-lhe sofrer. 



A aumentar todo este sofrimento está toda a incapacidade física gerada por fatores externos que impossibilitam a mãe de agir. É  portanto a dor gerada pela incapacidade. E por isso fere profundamente e faz sangrar o coração. Esta é quinta dor de Maria: estar aos pés do calvário. São aquelas situações de dor em que não se pode fazer nada além de se estar presente, porém imóvel. Talvez esta seja uma das piores dores de uma mãe: a incapacidade. Se pudessem, várias mães e tambem Maria, se ofereceriam como vitima no lugar do filho, pois mãe tem coragem e amor para isso. Mesmo assim com toda incapacidade, imobilidade e falta de esperanças aos pés desta "cruz" stabat mater...dolorosa.



A sexta dor é a consumação do ato da morte do Filho. Quando lhe é atirado o aguilhão que lhe tira a vida e as chances de voltar a viver. É a dor da morte consumada. A maior dor que uma mãe pode ter. Esta é a dor não só do hoje, não apenas nesta semana, mas que em todas as semanas milhares de mães enfrentam. É a dor de 12 mães que tiveram seus filhos mortos numa chacina em um bairro de classe baixa. É a dor daquela que vê o filho morto na fila de espera dos hospitais em busca de uma oportunidade para uma cirurgia. É a dor de ver o filho morto por extremistas. É a dor de perder para sempre o filho. Porém, não é simplesmente a dor de perder o filho. Mas, de perder o filho numa situação de extrema violência. Onde a maldade humana comanda o ato e é carrasco da consumação de sua prole. 



Por fim, a sétima dor é o enterro do filho. É a dor de pôr no seio da terra aquele que saiu de seu seio. É o momento onde se irrompem as lembranças desde a gestação, crescimento e o sofrimento presente. É a dor do peito que já muito soluçara e do vazio que se instaura no ser de uma mãe. É a dor que se prolonga até o ultimo dia de existência daquela Mãe...  Portanto, são sete as dores de Maria. Não que ela tivesse só estas. O 7 é o numero que abrange o incontável por isso é simbólico dizer de "Sete dores de Maria". Mas estas sete, sem dúvida alguma, foram as maiores, pois, lhe puseram na situação limítrofe da existência humana.  São sete os dias e as dores da semana. Todo o dia alguém sofre e incontáveis são os sofrimentos. Todo dia várias marias sofrem e perdem seu sono por causa de seus filhos e filhas. Ser humano é sofrer, chorar, se angustiar... Maria teve sete dores sim. Mas também teve sete alegrias. A maior delas acontecerá em breve, onde toda a vida se restaurará e imperará de forma plena. Esta alegria virá irradiando de esperança e vida todo o ser de quem sofreu. E aí poderemos dizer a esta mulher forte que foi Maria: Regina caeli, laetare, Alleluia!!!  




                                                                                                                             
 Thiago Felipe L. Mata




***Fotos retiradas da Internet



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